domingo, fevereiro 19, 2006

O Anta do ano!

Eu sei que o ano está só começando e nunca é bom menosprezar os adversários, mas se tiver um concurso com o título acima em algum lugar, desde já me apresento como forte candidato ao titulo máximo.
Ocorre que ontém a noite estava em casa, não tinha nenhum compromisso, não estava doente, havia energia elétrica, a Tv estava funcionando e, pasmem: perdi o show dos Rolling Stones!
Simplesmente esqueci. Só me toquei hoje, quando perguntaram o que tinha achado do show. Estou pensando em processar a empresa, porque só pode ser a carga excessiva de trabalho a causa de tamanha alienação.
Enquanto rolava esse mega evento, estava euzinho aqui na internet, visitando os mesmos blogs de sempre e admirando perolas poéticas como:
Muita punheta
nesse mundo
tão cheio
de buceta

Bom, como premio micho de consolação amanhã tem U2.

sábado, fevereiro 18, 2006

Marginal Tietê e motociclistas

Hoje peguei a Marginal Tietê, sentido Castelo Branco, me dirigindo ao trabalho (é, em pleno sábado) em Alphaville. O humor, pra variar, não era dos melhores. Mas eis que de repente (oh!) começo a reparar nas margens do rio. Já havia visto antes, mas não tinha colocado atenção. Há mais ou menos três anos atrás, começaram as obras para rebaixamento da calha do rio, visando evitar enchentes ao longo de uma das vias mais importantes da cidade de São Paulo. Essa época coincidiu com a minha separação e, para fazer jus a promessa feita aos filhos que não iria me afastar deles, ficou combinado de pegar meu filho no colégio, à noite, duas vezes por semana (terças e quintas pra ser mais exato). Saia eu de Osasco para busca-lo no São Judas Tadeu na Móoca, ou seja, cruzava a cidade para poder manter o maior contato possível com ele. Ficava impressionado com o volume de caminhões que circulavam pelas margens do rio, tirando material escavado do seu fundo. Claro que, as vezes, haviam congestionamentos em plena onze, onze e meia da noite ao longo da marginal, por conta desse movimento intenso.
Hoje a obra deve estar terminando, porque o que me chamou a atenção foi o, digamos, “reflorestamento” que se tenta fazer nos não mais que 3 ou 4 metros que existem separando o rio do asfalto. Notei que praticamente toda a extensão do trecho que atravessa a cidade esta com uma infinidade de mudas de plantas e arvores. Fiquei contente em perceber que existe uma grande variedade de espécies, o que denota a preocupação em simular um ambiente natural de floresta. Achei um certo exagero, uma verdadeira frescura, a colocação de floreiras e forrações típicas de jardins. Quero ver como tudo isso vai ficar depois da primeira enchente, que, com certeza, vai haver.
Mas, de qualquer forma, foi emocionante ver uma área que, por toda a minha vida de paulistano, foi sinônimo de sujeira e abandono, começar a ser pensada como um “jardim”.
O contraste ainda é gritante, entre a margem e o leito propriamente dito, com suas águas ainda poluidíssimas, mas o efeito que a urbanização está causando é inegável.

Seguindo em frente, já no trecho inicial da Rodovia Castelo Branco, me deparo com um grupo de motociclistas (não é motoqueiros, que seria pejorativo, segundo meu amigo Mário), todos com suas maravilhosas Harley Davidson. Deviam ser cerca de dez ou doze, perfilados na pista do meio em pares. Iam numa velocidade de cruzeiro. Todos com suas jaquetas de couro, suas barrigas de cerveja, seus cabelos grisalhos, a maioria, e um semblante debochado e descontraído. Emparelhei pela pista da esquerda e fui lentamente acelerando para passar ao lado de cada um deles e observa-los. Com exceção de um, todos estavam sozinhos, vários naquela postura característica, com o pé levantado pra frente, apoiados na Santo Antonio da moto.
Em certos momentos deixei de acelerar e fiquei na mesma velocidade, num quadro extático. Havia uma sensação de paz e leveza impressionantes. Não havia barulho de motores. As motos e eu deslizávamos pelo asfalto.
Terminei de ultrapassar o primeiro da fila e os vi pelo retrovisor, e fiquei com a certeza de que o importante é estar em movimento, sem pressa de chegar, sem ansiedades, curtindo cada detalhe do que surgir pela frente.
Todas essas impressões ocorreram uma semana depois de ter feito o mesmo trajeto, com emoções totalmente diferentes. Vai entender!

P.S. trilha sonora para leitura: El negro del branco com Yamandu Costa e Paulo Moura. Maravilhosos!

quarta-feira, fevereiro 15, 2006

Motivo da ausencia

Trabalha, trabalha, trabalha, negro.
Trabalha, trabalha, trabalha, negro.


As idéias (posts) precisam de um mínimo de TEMPO para frutificarem.
Viva o ÓCIO!

segunda-feira, fevereiro 06, 2006

n.i.h.i.l.

NOTHING
(Walter Franco)

nothing
to see
nothing
to do
nothing
today
about me
I´m not
happy now
I´m not
sad
I´m just
nothing
now
looking
to the empty
space...

sexta-feira, fevereiro 03, 2006

Planos

Eu já fiz planos para abrir uma escola de música:
O nome seria “Flora Purím” que era uma cantora brasileira de jazz que atuava nos Estados Unidos casada com outro brasileiro, Airto Moreira, que também trabalhava por lá. Mas era só porque eu achava um nome bonito. Seria numa casa no bairro da Móoca em Sampa. Seria junto com minha irmã que seria responsável pelas aulas de piano e teclado e eu pelas aulas de violão, guitarra e baixo (popular).

Eu já fiz planos para viajar de vapor pelo Rio São Francisco:
Desde sua nascente em Januária (MG) até próximo da sua foz. Influência da Suzana, colega da Faculdade de Geologia (USP), que era a moça com o sotaque mais carioca possível que uma paulista poderia ter. SSSaudadesss!

Eu já fiz planos de abrir uma loja de discos:
Seria na região da Augusta. Teria uma caixa de som, no mínimo do mesmo tamanho que a do Museu do Disco da Conselheiro Crispiniano. Tinha até um cabelo parecido com o do Ari França no filme Durval Discos. Mas eu era mais bonitinho que ele.

Eu já fiz planos para comprar um gravador de rolo Akay 4000-DS:
Gravava som sobre som, o que cairia como uma luva para eu fazer os arranjos das músicas que compunha.

Eu já fiz planos de comprar uma Veraneio ou uma CG 125 usadas:
Porque eram os veículos mais baratos, em prestações, rachadas com minha irmã.

Eu já fiz planos de abrir um negócio de feira à domicílio:
Esse era junto com o Maurício (amigo e parceiro de músicas) que vivia tendo idéias e me atiçando pra entrar junto com ele. Era um negócio novo, na época. A idéia era tirar os pedidos, ir ao CEASA fazer as compras, embalar e entregar, cobrando pouco mais que o preço da feira. Na época trabalhava com pesquisa de opinião (Gallup) e achava que conhecia tudo sobre o assunto. Elaborei o questionário, definimos o público alvo (região da Lapa), fui a campo ver a opinião, enquanto o Maurício fazia o mesmo, sem nenhum metódo, claro, na região em que morava (Franco da Rocha). Os primeiros pedidos vieram das pessoas que ele conversou. Fomos às compras, embalamos, entregamos, recebemos, vimos os gastos e a canseira que deu e... desistimos.

Eu já fiz planos de comprar uma loja e Café Expresso:
Pensei em pegar parte da grana da venda de um apartamento e, enquanto continuava trabalhando no Banco BMD, colocaria alguém para cuidar da loja. O banco faliu e fiquei com medo de arriscar dinheiro naquele momento. Até a mama e o pai se ofereceram pra ajudar a tocar o negócio, mas, medo é medo.

Eu já fiz planos de fazer uma viagem a Europa:
Roteiro Madri (origens maternas), Paris, Londres, Roma, Calábria (origens paternas) e Grécia (origens da civilização ocidental). Se sobrasse algum, uma esticadinha até o Cairo.

Eu já fiz planos de acampar em Trindade (Parati):
Na véspera do dia que iríamos partir, a turma da faculdade que foi de carro na frente, levando o grosso da bagagem (barracas, utensílios, gás, etc) me liga e diz que tudo que não estava instalado, ainda nos porta-malas dos carros, fora roubada. Na época, a região estava com forte especulação imobiliária e “jagunços” aterrorizavam os bichos grilos campistas pra “limpar” a área. Uns 18 anos depois consegui conhecer e, das praias que já visitei em toda minha vida, a Do Meio e o Cachadaço são as mais bonitas.

Eu já fiz planos de ir ao Festival de Águas Claras (o Woodstock brasileiro):
Não lembro porque não fui, mas dois amigos (Walter e Antonio ‘Kid Vinil’ Senefonte) foram e disseram que foram três dias do mais puro e energizante lamaçal, devido às chuvas.

Fora outros que não lembro de momento. Mas era muito bom ter planos. Sempre é.

quinta-feira, fevereiro 02, 2006

Toque Leve

Extraido do Pras Cabeças do Claudio Costa, psicanalista de Belo Horizonte:

"Infelizmente, com as promessas da indústria farmacêutica, os pacientes já chegam ao médico demandando um tipo específico de medicação, uma solução mágica para seus problemas.Isso é muito mais evidente em meu consultório, ao qual algumas pessoas acorrem na expectativa única de que posso fornecer a felicidade plena ministrando um comprimido de Prozac ou de Lexotan! Não querem falar de si, não querem voltar-se para a própria história, têm medo de perscrutar seu inconsciente. Muitos recusam uma psicoterapia, dizendo:
- E se eu descobrir que não faço nada do que quero e vivo sem paixão?Ao que respondo:
- E alguém lhe diz o contrário?"

Muito bem, maioria silenciosa da blogsfera, só eu vou vestir a carapuça?
Manisfestem-se!

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