O Seu Amor
Nesse post, no segundo verso, procurei fazer uma citação de obras que me marcaram de forma significativa. Assim aparecem o filme "Sob o céu que nos protege" de Bertolucci, os livros "Trópico de Câncer" de Henry Miller, e "Servidão Humana" de W. Somersat Maugham. Faltava uma música, e eram tantas que me vinham a cabeça, mas a eleita, que se encaixou melhor foi "Coração Vagabundo" de Caetano Veloso.
Mas hoje, lendo "Ame e dê vexame" de Roberto Freire, me lembrei dessa maravilha, que bem poderia ter entrado no poema:
O seu amor (Gilberto Gil)
O seu amor
Ame-o e deixe-o
Livre para amar
O seu amor
Ame-o e deixe-o
Ir aonde quiser
O seu amor
Ame-o e deixe-o
Brincar
Ame-o e deixe-o
Correr
Ame-o e deixe-o
Cansar
Ame-o e deixe-o
Dormir em paz
O seu amor
Ame-o e deixe-o
Ser o que ele é
Essa música esta no disco ‘Doces Bárbaros’, de 76, gravação ao vivo de show com material inédito, com Caetano, Gil, Bethânia e Gal Costa, que eu tinha, mas sumiu, mas tudo bem, deve estar em mãos amigas. Interessante que, como conta RF, a idéia inicial surgiu a partir do slogan da ditadura militar que dizia "Brasil, ame-o ou deixe-o". Incrível aonde a imaginação do poeta levou pela simples troca do ou pelo e.
Roberto Freire utilizava essa música em suas sessões de Somaterapia, método terapêutico criado por ele nos anos setenta, e difundido por seguidores até hoje.
Suas conclusões apontam que raros foram os jovens que assumiram ter essa forma libertária de amar, mas quase todos sonham com essa possibilidade. Entretanto, a maioria dos que alcançaram propiciar essa liberdade aos próprios sentimentos e à pessoa que amam, acabaram por perder o objeto amado. Como diz o ditado ‘não se faz omelete sem quebrarem-se os ovos’.