terça-feira, setembro 19, 2006

Quem mexeu no meu queijo?

Hoje, no serviço, fui convocado para uma sessão de um filme sobre o livro do título acima. Pra quem não sabe é um best seller das corporações e, segundo meu filho, também dos cursos das faculdades das mais diversas áreas. Já tinha ouvido falar do sucesso do livro, então fui com a curiosidade aguçada assisti-lo. Ainda mais que o livro foi distribuído como ‘presente’ para os aniversariantes do departamento do mês de agosto, pela nossa gerente, que tem o sobrenome de Caçador, com o compromisso de marcarem uma reunião para discutirem o livro. Só um parênteses: vocês achariam confortável trabalhar com uma gerente com esse sobrenome? Brincadeirinha, M.! Espero que ela não seja uma das 7,5 pessoas que lêem esse blog, se não estou ferrado, pois meu aniversário é em novembro. Fecha parênteses.
Não vou contar o filme aqui, porque não é esse o objetivo. Perguntei para a colega ao lado, que foi uma das aniversariantes premiadas, se o livro ia além do mostrado no filme. Ela disse que não. Então, resumindo, a tese é que você não deve temer as mudanças, e sim se preparar para identificar para onde os ventos estão soprando, e correr atrás antes que seja tarde.
O que questiono é o seguinte: correr atrás para se adaptar as mudanças, sem questiona-las, é o melhor procedimento?
Trabalho na grandiosa área de informática, ou para ser mais ‘muderrrno’, TI (tecnologia da Informação). É consenso que é uma área de constante evolução. Já aí, acho que confundem um pouco evolução com transformação.
Há cerca de dez anos atrás me considerava um autentico dinossauro, ou seja, fadado a extinção, pois trabalho com desenvolvimento de sistemas para computadores de grande porte, vulgo mainframe. Isto porque todos, sem exceção, preconizavam o fim desse tipo de equipamento. Era a era do ‘Down Sizing’, recomendado por 11 entre 10 consultores, contratados a peso de ouro pelas empresas que queriam estar na vanguarda do mercado. Ou seja, substituir os mastodônticos ‘mainframe’, por sistemas de microcomputadores em rede. Felizmente, veio o bug do milênio e descobriram um enorme parque de programas instalados que precisavam de manutenção, urgente, para suportar a virada do século, pois, nas priscas era da informática, acharam que guardar o ano das datas de todos os documentos com apenas duas posições era suficiente. Descobriram que não era. Ia dar o maior rebu se todas as datas não fossem convertidas para ano com quatro posições. Íamos ter situações como, por exemplo, um título vencido desde 1998 (registrado apenas como 98) ia passar a ser um título a vencer daqui a 98 anos, após a virada para o ano 2000. Dá pra imaginar a confusão? Bom, aí os dinossauros deitaram e rolaram, fizeram tantas horas extras pra converter os sistemas, que teve gente que comprou até casa com o excedente de numerário.
Resumindo a história, várias empresas que optaram pelo tal de down sizing, voltaram as suas arquiteturas iniciais, porque perceberam, também, que o volume de informações a serem arquivadas aumentava exponencialmente. Se tivessem ficadas quietinhas, se não estivessem tão preocupadas com os ventos da mudança, não teriam tido o gasto que tiveram.
O que quero enfatizar é que, mais importante que detectar as mudanças é analisa-las. Interessa pra mim e pra minha empresa? Vai agregar algum valor ao meu negócio ou é só um modismo passageiro? A evolução é uma constante na humanidade, mas muitas vezes o processo ocorre em círculos, ou seja, vai pra trás, antes de ir pra frente. Ter calma e discernimento sobre o que está acontecendo, fora e dentro da empresa, é mais importante que o medo de perder o bonde do ‘progresso’. Até hoje, recebo ligações de colegas de outras empresas procurando gente que conheça Asssembler, que foi a primeira linguagem de programação dos computadores.
Se você quer aprender sobre o mundo empresarial ideal, acho mais produtivo ler esse livro. Não terminei ainda sua leitura, mas acho salutar saber que seu autor, empresário do qual já havia lido esse outro livro, esteja mais preocupado em saber como tornar sua empresa mais atraente para as pessoas que lá trabalham, em como motivar essas pessoas a irem trabalhar satisfeitas e com orgulho do que lá fazem. Isso é evolução empresarial. O resto é apenas busca por lucros máximos.

2 Comments:

At setembro 20, 2006 8:56 AM, Blogger valter ferraz disse...

Opa! agora temos um consultor em reengenharia e novas tendências na administração de empresas? Muito bom. Tocou no ponto certo. Acho que as empresas gastam uma fábula atráz de fórmulas mágicas, das novas tendências(vide terceirização, p.exemplo já foi o "must" agora estão revendo)para depois descobrirem que deveriam valorizar o material humano que aí sim, fariam a diferença.
Falar nisso, mexe no título aí pois vc colocou com "ch".
O livrinho eu já lí e não me acrescentou nada, acho que teria falido as mesmas três vêzes que falí se tivesse lido antes, portanto para mim não fêz efeito nenhum.
Grande abraço

 
At setembro 24, 2006 5:00 PM, Anonymous Anônimo disse...

Boa análise.Ainda bem que vc guardou os seus conehcimentos que foram considrados obsoletos.Porque não faz uma apostila? Na dúvida vc vai ganhar mais dinheiro ainda.

 

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