quinta-feira, agosto 10, 2006

Uma idéia (réplica), e mais um pouco.

Nesse post expus uma idéia, mas meus ilustres comentadores não capturaram sua essência. Incompetência minha, com certeza.
Eu não estava defendendo o voto obrigatório, ou as votações em aberto no congresso. O que propunha era um mecanismo que alie o processo eleitoral a uma agenda de assuntos simples mas relevantes, que deveriam ser analisados pelos candidatos, e teriam que ser votados pelo congresso após a eleição.
Mandei até um e-mail para o deputado Fernando Gabeira que, infelizmente não teve resposta. Já pensou se enviasse o mesmo e-mail para o Roberto Jefferson e ele respondesse?
Mas, alvíssaras, Eliane Cantanhede, nessa coluna da folha, tem uma proposta que julgo ser na mesma direção. Ela propõe criar "uma instância multi-disciplinar e descontaminada, de fora, para propor as mudanças e obter um pacto de aprovação."
Cada vez me convenço mais que o que deve ser feito, em várias áreas, já é consenso. E nesse consenso existem pequenas coisas que podem ser feitas.
O que emperra é que as pequenas ações vem sempre acompanhadas de questões de longo prazo, adiando o possível para as calendas.
Exemplos, de áreas distintas, tirado de Contardo Calligaris versus o comentário do meu amigo Valter, no referido post: Valter - "de nada adiantaria estas opções propostas, Wilson, se não houver mais educação para este triste povo. " ; Contardo - "A lista das ações necessárias para melhorar a segurança pública no país é sempre encabeçada por uma declaração geral do tipo: "A sociedade brasileira deveria se tornar menos desigual e, com isso, não produzir nem reproduzir exclusão social".
Dá pra entender? Existem ações que podem ser adotadas no curto prazo, independente do pano de fundo do que seria o ideal. Mas, com diz Contardo, caimos nas armadilhas que emperram o possível com o ideal. O ideal não existe. Parafraseando Gilberto Gil é "uma meta defendida pelo goleiro’ e que, ainda por cima, ‘joga na seleção’.
Em tempo: para quem acha que o Brasil é campeão em corrupção, tente entender as ‘licitações’ que as empresas americanas estão ganhando para reconstrução do Iraque que, para quem não sabe, foi destruído pelos próprios. Botam nossos mensalões e sanguessugas no chinelo, em termos de valor.
Mais em tempo, ainda: não estou procurando justificativas para a corrupção no Brasil, nem dizer que o que é bom pros EUA é bom pro Brasil.

3 Comments:

At agosto 12, 2006 9:07 AM, Blogger valter ferraz disse...

Wilson, infelismente os links do Contardo Calligaris e da Eliane Catanhede na Folha, são só para assinantes e como eu estou em débito com o Uol, não conseguí ler. Mas vá lá, que vc tenha razão nos argumentos: será que existe essa agenda ou ambiente para isso, num país de iletrados, de baixíssimo índice de leitores, de espectadores de cinema(bom cinema, eu digo), etc? Os resultados das urnas ad-eternun e das pesquisas recentes mosntram que o status-quo prevalece, ninguém quer mudar p* nenhuma, nem as opções que tínhamos(leia-se psdb, por ex.) me parecem em mudar coisa alguma. Daí que caio no mesmo estado de desânimo, quase catatonia: não vai mudar nada.
Grande abraço e fiquei feliz com teu retorno ao blogue. Alvíssaras!

PS: hey, tem um template novinho lá no Livros & Afins esperando um texto, que tal?)

 
At agosto 13, 2006 10:49 AM, Anonymous Anônimo disse...

Valter, obrigado pelo convite mas não vai dar. A produção anda baixissima últimamente.

Wilson

 
At agosto 19, 2006 9:01 PM, Blogger CrissMyAss disse...

Wilson, também acho que seria totalmente possível e viável a elaboração de uma espécie de agenda mínima.
Afinal, todo o povo sabe onde o calo aperta, quais são as questões fundamentais para o país; (além de quem vai acabar com quem na novela ou quem deveria ser o técnico da seleção).
Assim, todo candidato deveria não apenas manifestar suas idéias a respeito destas questões, como comprometer-se por escrito com elas.
O resto é o resto.
abçs
PS. Vai lá no meu blogue entregar sua idade!

 

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