quarta-feira, abril 05, 2006

Tempos Modernos (II)

Lá estavam eles, na data e local combinados, após um mês. Como a ocasião era especial, mereceria um Bolla dessa vez.
Ela estava mais linda do que nunca. E mais falante que ele também. Então, ele pediu que começasse o seu relato.

- Bom, resolvi que minha tática seria ir àquele bar que íamos de vez em quando e nos divertíamos com as paqueras que rolavam, sabe qual né? Então combinei com a Tânia, que é solteira e freqüentadora mais assídua e fomos juntas. Ela já havia me dado as dicas. Se você quer uma abordagem mais ‘caliente’, tipo ‘hoje eu tô a fim’, deve olhar para a presa e dar um sorriso encorajador. Se prefere uma abordagem mais light, sem dar muitas esperanças, apenas um olhar mais firme.
Acho que ela entende bem do assunto, pois no primeiro sábado que fui ao bar, depois de um ou dois drinks, me senti confiante pra encarar e sorrir pra um rapaz, aparentemente uns dez anos mais jovem, moreno, um metro e oitenta, e só depois que eu pude conferir, uma bela barriga de tanquinho.

Nesse momento ela teve que interromper a narrativa, pois ele se engasgou ao olhar para baixo, provavelmente com algum fino espinho da aliche presente no Penne a Putanesca que havia pedido. Após a pausa para um gole d'água, continuou a narrativa.

- A abordagem, foi como a Tânia havia previsto. Sem muitas delongas, disse que eu era linda, super simpática e ficamos ali jogando conversa fora, aliás o papo dele era muito bom. Dançamos ao som do grupo que estava tocando, que por sinal era o nosso preferido, o Mustang 68 e, no final, o também previsto convite para o motel que, claro, aceitei.

Nova interrupção, dessa vez para o garçom recolher a taça de vinho dele que havia caído e se espatifado no chão.

- Ao me deixar em casa, trocamos telefones e eu não tive, digamos, coragem, de contar tudo a ele, sobre o nosso trato. Na semana seguinte, ele me liga e me convida para uma nova saída e, com o mesmo final. Vou resumir, antes que você tenha um ataque histérico em público. Os dois últimos fins de semana, passei na chácara dos pais dele, que estavam viajando. Foram maravilhosos. Ele foi super atencioso e ouvia todas as besteiras que eu falava, sempre com um sorriso encantador. Não se importava com o meu passado, e não falava praticamente nada do dele. Não estava interessado no que eu fazia ou deixava de fazer, mas no que e como eu me apresentava naquele momento. Então, no último dia contei a ele sobre a minha situação. Ele foi super compreensível, deu boas gargalhadas, me achou uma louca adorável e disse que, sempre que eu tivesse novas férias o procurasse. Estão aqui os comprovantes de pagamento, que ele fez, dos motéis, e nossas fotos dos fins de semana na casa dele. Tem umas fotos mais íntimas, mas essas eu deixei com ele, disse que não seriam necessárias, eu espero. É, aparentemente, tive um belo romance de verão. Agora é a sua vez.

1 Comments:

At abril 06, 2006 4:41 AM, Blogger valter ferraz disse...

hum, hã-hã, sei não...

 

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