domingo, janeiro 08, 2006

Um dia perfeito

Sexta-feira à noite, degustando a tradicional pizza com vinho, toca o telefone. Era o amigo de infância que dizia querer, finalmente, conhecer minha nova casa. Como ele está na categoria dos que “chegam e vão abrindo a geladeira”, é claro que falei que podia vir. Dei as coordenadas do trem e da estação que deveria descer, e combinamos o horário para pegar sua troupie na estação da cidade vizinha.
Dia seguinte, levantamos cedo porque alguns preparativos precisavam ser feitos. Cardápio do almoço, claro, churrasco que é o mais prático. Uma passada na cidade para as compras, e vou busca-los na estação. Estavam apenas ele, a esposa e um dos filhos (os outros dois e o neto não puderam vir, fica pra outra oportunidade). Chegando, as apresentações, que alguns ainda nem se conheciam, minha filha, a amiga, seu filho agora adulto e economista formado.
Muitos prazeres a serem trocados, muita coisa pra ser dita, cumprimos logo os protocolos: mostrar a casa, os cachorros, guardar as malas, trocar de roupa, pra aproveitar a piscina que o dia era de sol, muito sol.
Começam as conversas, e as panelinhas vão se formando. Alguns apenas tomando sol, as mulheres, sempre prestativas, já cuidando do almoço, e nós (eu, ele e o filho) já começando a por os assuntos em dia. O garoto já pensando no mestrado, ele animado, por enquanto, no novo trabalho e eu, também, de alguma forma recomeçando a vida. Mas um bom papo precisa de uma trilha sonora a altura. Nos permitimos um saudosismo sadio e tascamos de cara LED ZEPPELIN (coletânea) e THE WHO (Quadrophenia e Tommy), afinal precisamos fazer as cabeças dos garotos.
Enquanto isso, as primeiras caipirinhas vão sendo consumidas, enquanto as cervejas vão gelando. Há tempo para beijos e mordidinhas no pescoço da companheira, enquanto lava as verduras para a salada verde. Fogo aceso, picanha grelhando, e conversa, muita conversa. A essa altura, todos participam e dão suas opiniões, que podem ser as mais diversas possíveis, mas nada que venha a atrapalhar a harmonia reinante. Em tempo: o sorriso delas continua lindo.
Bucho cheio, ninguém pensa em dormir. O amigo se interessa pelos cd´s de blues e, com prazer, ouvimos Buddy Guy (Fells like a rain), o insandecido Roy Buchanam, que quando não está na cadeia produz coisas maravilhosas como “When a guitar plays the blues”, e o saudoso Clarence “Gatemouth” Brown (No looking back), que se livrou do Katrina, mas veio a falecer logo depois (peixe fora d’agua é fogo).
As mulheres reclamam do monopólio da seleção musical, então mudamos para os nacionais. Mostro uma relíquia, Jorge Bem (ainda não Benjor), em “Tabua das Esmeraldas” e aproveitamos pra falar de blogues, já que esse disco fiquei sabendo a partir de uma votação feita no blog do IDELBER, pra eleger os dez melhores discos de MPB e, deu esse em primeiro. Também foi ele que indicou, entusiasticamente, Vanessa da Matta. Mas não poderia faltar o nosso guru Walter Franco. Ouvimos, então, seu último CD “Tutano”.
Fim do dia, como era de se esperar, as “ladies” vão se arrumar para o jantar “dançante” (ugh!) no restaurante do hotel da cidade, e sobra tempo pros machos se deliciarem com o DVD, presente dela no meu aniversário, do YES (“Songs From Tsongas”), comemorativo do 35. aniversário do grupo.
Acho que é a quarta ou quinta vez que vejo esse DVD duplo, e sempre me emociono. Não entendo como alguém pode ficar indiferente a um grupo com um nome tão positivista como esse: “YES”. Comento com o amigo o fato do Rick Wakemann estar a cara do meu pai. Nós dois concordamos, cada um com uma lágrima nos olhos, pela saudade. Somos dois bocós, mesmo.
Bem já que é inevitável, vamos ao jantar dançante. O conjunto até que é bonzinho. O cantor é super simpático e, resolvo colocar em prática, todos os meus conhecimentos adquiridos nas duas aulas de dança de salão que fiz o mês passado. Aprendi que forró também funciona no dois-pra-la-dois-pra-ca, só que mais rapidinho, então vamos lá.
Todas as damas retornam pra casa com seus pés inteiros e intocados, então é hora de acomodar todos para dormir e vir escrever esse “meu querido diário”.
A moça, lendo por cima do meu ombro o texto, lembra que o dia perfeito ainda não terminou. E eu não sei. Apenas gosto de deixar o melhor para o final.
Boa noite!

1 Comments:

At janeiro 10, 2006 2:19 PM, Anonymous Anônimo disse...

oiii pai estou como a filha do ministro da cultura(gil)quando ele naum entendeu o que o pai escreveu a letra da musica refazenda esse programa eu assisti junto com a mãe e gostei mto ,precisamos conversar sobre esse texto...
beijokas
lu

 

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